Superintendente da CET se compromete com visitas ao bairro do Cambuci

Ronaldo Tonobohn afirmou desconhecer histórico de perdas no comércio e garantiu que propostas serão discutidas, inclusive com visitas para entender problema viário da região

A Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal de São Paulo realizou hoje (27 de novembro) uma audiência pública para discutir a mudança do tráfego nas avenidas Lacerda Franco e Lins de Vasconcelos, entre os bairros do Cambuci (Centro) e Vila Mariana (zona sul da cidade).

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Proponente do requerimento que resultou na realização da audiência, o vereador Aurélio Nomura presidiu a sessão, que contou com a participação do vereador Toninho Vespoli (PSOL), do diretor-superintendente distrital Sudeste da Associação Comercial de São Paulo, Valdir Garcia Vidal; da presidente da Associação de Moradores e Amigos do Cambuci (Amac), Cristina Lúcia Cappellano; e do superintendente de Planejamento da CET, Ronaldo Tonobohn, além de moradores e comerciantes da região.

Representando o secretário municipal de Transportes Jilmar Tatto, o superintendente da CET causou revolta no público presente ao argumentar sobre ganhos no comércio e no trânsito desde a implantação de faixas exclusivas de ônibus na região, em abril deste ano. “A meta primeira foi fazer uma diretriz que priorizasse uma velocidade média a 20 quilômetros por hora faixas exclusivas, e não priorizar a diminuição de trânsito nessas avenidas”, disse Tonobohn.

Em sua apresentação sobre os danos ao bairro do Cambuci nos últimos sete meses, a presidente da Amac lamentou que não tenha havido um plano de estudos de desenvolvimento e econômico e social antes da implantação das faixas de ônibus e citou, entre outros problemas, colisões de veículos, atropelamentos, danos às vias, barulho de ônibus na madrugada  e mortes em decorrência de acidentes. “Em sete meses temos 20 comércios indo à falência. Cinquenta por cento das pessoas que poderiam consumir nesses comércios não passam mais por lá.”

O diretor-superintendente distrital sudeste da  Associação Comercial de São Paulo, Valdir Garcia Vidal, reforçou a apresentação de Cristina Capellano ao afirmar que o comércio da região está “quebrando”. “Se a pessoa que costumava ir a um cabeleireiro e agora não encontra lugar para estacionar, procura outro salão”, exemplificou.

O vereador Aurélio Nomura foi aplaudido após ressaltar que é preciso, antes de tudo, assegurar o emprego na cidade de São Paulo e fazer uma avaliação mais efetiva de  ganhos. “Não é isso que está ocorrendo”, disse o parlamentar. “É importante que haja uma visão local e uma análise mais aprofundada para ver o que vale para cada caso”, disse, referindo-se ao projeto de mobilidade urbana que inclui as faixas exclusivas de ônibus na cidade.

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“Não tínhamos esse histórico de que o comércio foi prejudicado. Em nenhum momento vamos refutar esse problema. É uma pauta que acho interessante analisar”, considerou o superintendente da CET. “É a primeira vez que temos esse fenômeno de perda no comércio e vamos buscar soluções”, garantiu Tonobohn. “Verificado um fenômeno que para nós é novo, vamos investigar. Vamos discutir propostas.”

Tonobohn se comprometeu a montar uma agenda de visitas e conversas com moradores, comerciantes e usuários de transporte do Cambuci para entender a situação pela qual passa o bairro. “Uma agenda in loco, não dentro da Casa Legislativa ou no escritório da CET. Me comprometo a buscar o melhor caminho.”

O vereador Aurélio Nomura encerrou a audiência afirmando que o encontro deu início a uma discussão equilibrada e pediu a Tonobohn que envie opções de datas para as visitas para que os vereadores da Comissão de Finanças e Orçamento possam acompanhar o “passeio” na região. O representante da CET afirmou que a primeira data já deve ser agendada na próxima semana.

 


*Vereador Aurélio Nomura é membro da Comissão de Finanças e Orçamento
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