Comissão do Meio Ambiente discute Estação de Transbordo de Resíduos Sólidos da Lapa

Sem prazo para a instalação do empreendimento, população da região exige participação nas discussões

comissao-ambiente_0004-bA Comissão Extraordinária Permanente do Meio Ambiente debateu a nova estação de transbordo de resíduos sólidos, prevista no Plano Diretor Estratégico da cidade de São Paulo para ser instalada no bairro da Lapa.

A cidade de São Paulo produz, diariamente, 11 mil toneladas de lixo. Levando em consideração a distância entre os pontos de coleta residenciais e os aterros sanitários, as estações de transbordo foram criadas para aumentar a eficiência da coleta.

Para a reunião do dia 5/12, foram convidados a suplente Rita de Cássia Ogera, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SMDU); o arquiteto da Subprefeitura da Lapa, Luiz Attilio Roggero; a autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb), Silvano Silvério da Costa; o diretor de operações da Logística Ambiental de São Paulo (LOGA), Edson José Stek; o diretor-superintendente da Associação Comercial de São Paulo – Distrital da Lapa, Dimitrie Josif Gheorghiu; fundador da Associação Brasileira de Advogados Ambientalistas – ABAA, Antônio Fernando Pinheiro Pedro.

Atualmente existem três estações de transbordo na capital: Ponte Pequena, na região central; Santo Amaro, Vergueiro, e agora uma quarta que está prestes a sair do papel. No entanto, a população está insegura em relação à construção da nova estação.

Segundo Amorim Dias Pereira, morador da região há 40 anos, os moradores querem participar das discussões para que o transbordo seja instalado da melhor maneira possível. “A discussão é que número de caminhões vai ser enorme transportando lixo, que vai produzir odor, chorume e uma série de coisas. O ideal é que se discuta como isso será feito. As audiências públicas não deveriam ser aqui, mas no bairro onde a estação vai ser instalada”, afirmou.

O vereador Aurélio Nomura (PSDB), presidente da Comissão, explicou que a Lapa já teve fama de “bairro do lixo” e concorda que esse assunto deve ser discutido com a população. “A Lapa já teve várias brigas e foi resolvido com aquele episódio da usina de compostagem, que incomodou muitos na região. A região da Lapa é conhecida hoje como região do lixo, do cheiro, e agora estão querendo, novamente, trazer um terminar de transbordo de resíduos sólidos. Isso é uma aberração”, criticou o parlamentar.
Segundo o vereador, as pessoas em torno do empreendimento mal conheciam o assunto. “O termo de referência era exatamente para isso, levar a notícia para a comunidade de que ali pode ter, eventualmente, um terminal de transbordo, coisa que não aconteceu, bem como a não apresentação do relatório de impacto de vizinhança”, afirmou.

Rita de Castro Rogério, da secretaria municipal de desenvolvimento, destacou que o projeto vai ser debatido com os moradores do entorno. “Em uma cidade com o tamanho de São Paulo é normal, em termos tecnológicos, existir uma estação de transbordo. Então foram discutidas as alternativas em relação aos resíduos sólidos, juntamente com a autarquia, sendo que o projeto de lei absorveu essa proposta para que justamente a comunidade pudesse discutir esse empreendimento”, afirmou.

O diretor de operações da LOGA, concessionária responsável pela implantação da estação de transbordo, Edson José Stek, disse que a população não será afetada. “A tecnologia do transbordo é a melhor do mundo. Todo o odor é captado dentro da estação. Os ruídos e os odores são captados dentro galpão e através do sistema de exaustão ele é passado por filtros potentes onde inexiste praticamente a saída de odor para o ambiente. Segundo o projeto apresentado, além de tratar os odores, a estação será toda fechada, com tratamento acústico, para evitar que o barulho das máquinas atrapalhe a vizinhança. A água de reuso será utilizada para limpeza do local e os resíduos líquidos serão encaminhados para tratamento na Sabesp”, explicou.

O arquiteto da unidade de aprovação de plantas da subprefeitura da Lapa, Luiz Attilio Roggero, ressaltou que a subprefeitura vai fiscalizar para que a central tenha todas as instalações adequadas. “Existe toda uma normatização de como deve ser construída essa central de transbordo, e o que subprefeitura vai fazer é cobrar, vamos tomar todas as providências que estão previstas em normas técnicas e até internacionais, para que a vizinhança não seja prejudicada”, afirmou.

As audiências públicas com os moradores ainda não possuem data marcada e também ainda não há um prazo para a instalação da estação de transbordo da Lapa.

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