Reitor da USP: “Universidade não autorizou deposição de terra contaminada”

Intimado a prestar esclarecimentos sobre a origem da terra contaminada no terreno da EACH-USP, reitor da universidade afirma que responsável sobre crime ambiental será punido de acordo com lei 

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Por duas horas e meia, o colegiado da CPI das ÁreasContaminadas ouviu nesta terça-feira (12/08) os quatro intimados sobre a contaminação do campus da USP Leste: reitor, vice-reitor, superintendente e promotores da USP, além dos professores do campus, que vêm acompanhando o caso desde a instalação da CPI na Casa.

“A terra [utilizada na construção] não foi colocada com a autorização da universidade. Foi uma decisão do antigo diretor”, afirmou o reitor da Universidade de São Paulo (USP), Marco Antonio Zago, referindo-se a José Boueri Filho, que está afastado da direção do Campus Leste desde setembro de 2013.

Para o reitor, ainda é desconhecida a origem e não há provas suficientes de que haja contaminação extensa do solo. Ele informou que foi aberto um processo administrativo disciplinar para examinar a autorização expedida para a colocação da terra, que segundo relatórios, somam 109 mil metros cúbicos, ou seja, 6.055 caminhões-caçamba.

GE DIGITAL CAMERAApós estudo realizado pela consultoria Servmar Ambiental [empresa contratada pela USP] sob diretrizes da Cetesb, o Ministério Público, por meio de ação judicial, autorizou o retorno dos cerca de 4.700 estudantes à unidade, marcada para a semana que vem (18/08). O estudo feito pela consultoria mostrou que das 202 amostras coletadas na região central do campus, apenas cinco sinalizaram possível contaminação e que, mesmo assim, não apresentam riscos à saúde humana.

Com indagações pontuais à consultoria que prestou serviços à USP, o relator Aurélio Nomura lembrou o caso da aluna que estuda no campus leste, internada por contaminação de PCB (bifenilas policloradas), substância  cancerígena muito utilizada em transformadores elétricos e presente nos laudos de estudo. Chamou a atenção também ao parágrafo do relatório da Servmar, o qual cita a quantidade de caminhões-caçamba despejados no terreno da EACH-USP, terra que pode ter sido originada, inclusive, do recém inaugurado Templo de Salomão da Igreja Universal, situado no bairro do Brás.

No início de 2014, a Justiça proibiu a Unidade de retornar às aulas por descumprir as determinações feitas pela Cetesb, que consistiam na instalação de dutos captadores de gás metano, gás tóxico e explosivo, proveniente da decomposição de lixo orgânico [o antigo local servia de aterro sanitário no passado].

Requerimentos

IMG_8019Ainda durante a reunião, foram aprovados quatro requerimentos do vereador Aurélio Nomura. Os quatro documentos foram enviados à LOGA, Cetesb, São Rafael Comércio e Incorporações LTDA e AMLURB, solicitando os documentos alusivos ao Plano de Intervenção para fins de reabilitação do solo local [entorno do desativado incinerador Ponte Pequena]; cópias do parecer técnico referente a área do antigo incinerador de Ponte Pequena, mencionada na lista de áreas contaminadas da Cetesb; apresentar investigação preliminar e confirmatória de solo contaminado, subsolo e águas subterrâneas do imóvel onde localiza-se a loja Giga Atacadista; à AMLURB, prestar informações referentes à investigação sobre passivo ambiental e Plano de intervenção para fins de reabilitação do solo dos antigos incineradores Vergueiro e Ponte Pequena.


*Vereador Aurélio Nomura é relator da CPI das Áreas Contaminadas

 

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