Presidente da Controlar questiona credenciamento de oficinas

Sobre o novo modelo de serviço de inspeção veicular proposto pelo Executivo, Harald Peter Zwetkoff indaga: “Quem vai fazer o papel de garantir agendamento, prevenção de fraude, respeito com o cidadão?”20130319_controlar

Explicações mais detalhadas sobre o contrato da Prefeitura de São Paulo com a Controlar, responsável pela inspeção veicular no município, que vai até maio de 2018, foram o motivo da convocação da Reunião Extraordinária da Comissão de Finanças e Orçamento, integrada pelo vereador Aurélio Nomura, à qual compareceu o diretor-presidente da empresa, Harald Peter Zwetkoff.

O tema ganhou projeção com a Lei enviada pelo Executivo que altera os termos da atual concessão e pode não só acabar com a prestação feita hoje, exclusivamente, pela Controlar, como levar ao rompimento do contrato, ocorrendo uma espécie de “divórcio amigável”, como afirmou o vereador Adilson Amadeu (PTB), autor do requerimento que trouxe à Câmara representantes da empresa consorciada.

Para Zwetkoff, a mudança nos moldes da concessão, inclusive com encerramento do contrato, corresponde a “abrir mão de algo bem-sucedido em função de um projeto incerto”.  O executivo esclareceu, também, que caso isso ocorra o Município deverá indenizar a Controlar em cerca de R$ 200 milhões, conforme calculou. “Mas o valor real vai depender da forma da rescisão, dos critérios para troca do modelo e do período dessa transição”, explicou.

Zwetkoff também criticou a ideia da Prefeitura de credenciar centenas de oficinas para realizar a inspeção veicular, como está na Lei. “Não é só colocar o carro na linha de inspeção. O programa é muito mais do que isso, e você precisa de infraestrutura. Hoje estamos discutindo um novo modelo, e eu coloco a pergunta: quem vai fazer o papel de garantir agendamento, prevenção de fraude, respeito com o cidadão?”.  Ele se referia ao projeto de lei 24/2013, do Executivo, que prevê o reembolso da tarifa aos motoristas, e o credenciamento de centenas de oficinas pela capital que já foi aprovado em primeira discussão.

Em sua indagação, o vereador Aurélio Nomura quis saber por que não é realizado todo o procedimento de inspeção, fornecendo ao final, em caso de reprovação, uma lista do que é preciso ser feito, ao invés de interromper o processo na primeira detecção de anormalidade, como acontece atualmente. “O dono do carro vai embora sem saber qual a motivo da reprovação. Muitas vezes, ele conserta um problema, volta para nova inspeção e é reprovado novamente por outro motivo. A pessoa, então, perde tempo e dinheiro, pois terá de pagar nova taxa”, salientou o vereador.

O diretor-presidente da Controlar garantiu que a inspeção é interrompida caso seja constatado “risco à integridade física” citando “vazamento de óleo, vazamento de combustível e barulho no motor”. O parlamentar contra-argumentou que 82% dos veículos reprovados na primeira inspeção são aprovados na segunda, indicando que os problemas não são tão graves como o executivo citou. “Estamos aprimorando, aperfeiçoando nossos processos”, disse Zwetkoff.

O vereador Aurélio Nomura citou, ainda, o fato de quase metade das pessoas que fizeram inspeção em 2009 não ter pedido reembolso, mas o executivo afirmou não saber desses valores, dizendo que essas informações são exclusivas da Prefeitura.


Rolar para o topo