Áreas contaminadas ameaçam condomínios

Vereador Aurélio Nomura afirma na sessão da Frente Parlamentar que pouco foi feito até agora para resolver o problema das áreas com passivo ambiental
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Na primeira reunião da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade, na quinta-feira, 18, o vereador Aurélio Nomura apresentou um panorama sobre as áreas contaminadas em São Paulo que vem sendo ocupadas por empreendimentos imobiliários, com graves riscos à saúde humana. “Segundo a Cetesb existem na Capital 4.131 áreas contaminadas. Já o Relatório de Áreas Contaminadas da Prefeitura revela cerca de 300 pontos com esse tipo de problema, alguns em regiões nobres como as Avenidas Paulista e Giovanni Gronchi, no Morumbi. Porém esses números podem ser maiores ainda, pois há áreas que não foram analisadas e, em tese, não fazem parte dos dados da Cetesb. O fato é que após o caso do Shopping Center Norte, nada foi feito pela Prefeitura”, afirmou o parlamentar.

Aurélio Nomura levou ao conhecimento dos parlamentares da Frente o laudo feito numa extensa área na Chácara Santo Antônio, na Rua Enxovia, 423 e 455, onde funcionou uma indústria de margarina e produtos à base de óleo vegetal comestível e onde deve ser construído um condomínio de luxo de 32 pavimentos, 26 dos quais compostos por apartamentos. Porém, de acordo com o documento recebido recentemente pelo gabinete, elaborado pelo Grupo Técnico Permanente de Áreas Contaminadas, do Departamento de Controle da Qualidade Ambiental, da Secretaria do Verde e Meio Ambiente, há necessidade de “apresentação de Investigação Detalhada e estudo de Avaliação de Risco à saúde humana”. A análise de 13 amostras de solo constatou a presença dos metais “bário, chumbo, cobre, cromo, níquel e zinco, enquanto na água subterrânea foram detectadas concentrações de cloreto de vinila, 1,1-dicloroeteno, trans-1,2 dicloroeteno, Cis 1,2- dicloroeteno, trans 1,2 dicloroeteno, Cis 1,2 dicloroeteno que ultrapassaram os valores de intervenção. Para metais dissolvidos e total, as concentrações de níquel excederam os valores de intervenção.”

De acordo com o laudo “com base nos trabalhos realizados verificou-se a necessidade de prosseguimento dos estudos, análise de risco toxicológico e definição de medidas de intervenção necessárias para reabilitação.”

O documento apresentado pelo vereador Aurélio Nomura na Frente Parlamentar gerou duas novas ações. O parlamentar encaminhou novo requerimento à Gerência de Vigilância em Saúde Ambiente – Coordenadoria de Vigilância em Saúde solicitando informações sobre os riscos à saúde humana face à constante exposição, inalação e contato de indivíduos com solo contaminado por PAH, VOC, SVOC, metais, TPH e PCBs; e também por exposição, inalação e contato com Cloreto de Vinila, cis+trans-1,2-DCE,1,1 dicloroeteno, trans-1,2 dicloroeteno, Cis-1,2 dicloroeteno, tricloroeteno e tetracloroeteno. Paralelamente, devido à gravidade do assunto, a Frente Parlamentar pela Sustentabilidade decidiu realizar um seminário sobre áreas contaminadas para o qual serão convidados autoridades e estudiosos sobre o assunto.

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